terça-feira, 27 de setembro de 2016

Teoria de Froebel

Treino de habilidades

Por meio de brinquedos que desenvolveu depois de analisar crianças de diferentes idades, Froebel previu uma educação que ao mesmo tempo permite o treino de habilidades que elas já possuem e o surgimento de novas. Dessa forma seria possível aos alunos exteriorizar seu mundo interno e interiorizar as novidades vindas de fora – um dos fundamentos do aprendizado, segundo o pensador.
Ao mesmo tempo que pensou sobre a prática escolar, ele se dedicou a criar um sistema filosófico que lhe desse sustentação. Para Froebel, a natureza era a manifestação de Deus no mundo terreno e expressava a unidade de todas as coisas. Da totalidade em Deus decorria uma lei da convivência dos contrários. Isso tudo levava ao princípio de que a educação deveria trabalhar os conceitos de unidade e harmonia, pelos quais as crianças alcançariam a própria identidade e sua ligação com o eterno. A importância do autoconhecimento não se limitava à esfera individual, mas seria ainda um meio de tornar melhor a vida em sociedade.
Além do misticismo e da unidade, a natureza continha, de acordo com Froebel, um sistema de símbolos conferido por Deus. Era necessário desvendar tais símbolos para conhecer o que é o espírito divino e como ele se manifesta no mundo. A criança, segundo o educador, trazia em si a semente divina de tudo o que há de melhor no ser humano. Cabia à educação desenvolver esse germe e não deixar que se perdesse.

Educação espontânea

O caminho para isso seria deixar a criança livre para expressar seu interior e perseguir seus interesses. Froebel adotava, assim, a idéia contemporânea do “aprender a aprender”. Para ele, a educação se desenvolve espontaneamente. Quanto mais ativa é a mente da criança, mais ela é receptiva a novos conhecimentos.
O ponto de partida do ensino seriam os sentidos e o contato que eles criam com o mundo. Portanto, a educação teria como fundamento a percepção, da maneira como ela ocorre naturalmente nos pequenos. Isso não quer dizer que ele descartasse totalmente o ensino diretivo, visto como um recurso legítimo caso o aluno não apresentasse o desenvolvimento esperado. De modo geral, no entanto, a pedagogia de Froebel pode ser considerada como defensora da liberdade.
O educador acreditava que as crianças trazem consigo uma metodologia natural que as leva a aprender de acordo com seus interesses e por meio de atividade prática. Ele combatia o excesso de abstração da educação de seu tempo, argumentando que ele afastava os alunos do aprendizado. Na primeira infância, dizia, o importante é trabalhar a percepção e a aquisição da linguagem. No período propriamente escolar, seria a vez de trabalhar religião, ciências naturais, matemática, linguagem e artes.
Froebel defendia a educação sem imposições às crianças porque, segundo sua teoria, elas passam por diferentes estágios de capacidade de aprendizado, com características específicas, antecipando as idéias do suíço Jean Piaget (1896-1980). Froebel detectou três estágios: primeira infância, infância e idade escolar. “Em seus escritos, ele demonstra como a brincadeira e a fala, observadas pelo adulto, permitem apreender o nível de desenvolvimento e a forma de relacionamento infantil com o mundo exterior”, diz Alessandra Arce.
Froebel não fez a separação entre religião e ensino, consagrada atualmente, mas via a educação como uma atividade em que escola e família caminham juntas, outra característica que o aproxima da prática contemporânea.

Brinquedos criados para aprender

Froebel considerava a Educação Infantil indispensável para a formação da criança – e essa idéia foi aceita por grande parte dos teóricos da educação que vieram depois dele. O objetivo das atividades nos jardins-de-infância era possibilitar brincadeiras criativas. As atividades e o material escolar eram determinados de antemão, para oferecer o máximo de oportunidades de tirar proveito educativo da atividade lúdica. Froebel desenhou círculos, esferas, cubos e outros objetos que tinham por objetivo estimular o aprendizado. Eles eram feitos de material macio e manipulável, geralmente com partes desmontáveis. As brincadeiras eram acompanhadas de músicas, versos e dança. Os objetos criados por Froebel eram chamados de “dons” ou “presentes” e havia regras para usá-los, que precisariam ser dominadas para garantir o aproveitamento pedagógico. As brincadeiras previstas por Froebel eram, quase sempre, ao ar livre para que a turma interagisse com o ambiente. “Todos os jogos que envolviam os ‘dons’ começavam com as pessoas formando círculos, movendo-se e cantando, pois assim conseguiam atingir a perfeita unidade”, diz Alessandra Arce. Para Froebel, era importante acostumar as crianças aos trabalhos manuais. A atividade dos sentidos e do corpo despertaria o germe do trabalho, que, segundo o educador alemão, seria uma imitação da criação do universo por Deus.

Friedrich Froebel

O criador dos jardins-de-infância defendia um ensino sem obrigações porque o aprendizado depende dos interesses de cada um e se faz por meio da prática.


Filho de um pastor protestante, Friedrich Froebel nasceu em Oberweissbach, no sudeste da Alemanha, em 1782.
Após cursar informalmente algumas matérias na Universidade de Jena, tornou-se professor e ainda jovem fez uma visita à escola do pedagogo Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), em Yverdon, na Suíça.
Fundou sua primeira escola em 1816, na cidade alemã de Griesheim. Dois anos depois, a escola foi transferida para Keilhau, onde Froebel pôs em prática suas teorias pedagógicas. Em 1826, publicou seu livro mais importante, A Educação do Homem. Em seguida, foi morar na 
Suíça, onde treinou professores e dirigiu um orfanato. Todas essas experiências serviram de inspiração para que ele fundasse o primeiro jardim-de-infância, na cidade alemã de Blankenburg. Paralelamente, administrou uma gráfica que imprimiu instruções de brincadeiras e canções para serem aplicadas em escolas e em casa. Em 1851, confundindo Froebel com um sobrinho esquerdista, o governo da Prússia proibiu as atividades dos jardins-de-infância. O educador morreu no ano seguinte, mas o banimento só foi suspenso em 1860, oito anos mais tarde. Os jardins-de-infância rapidamente se espalharam pela Europa e nos Estados Unidos, onde foram incorporados aos preceitos educacionais do filósofo John Dewey(1859-1952). 

O alemão Friedrich Froebel foi um dos primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de importância decisiva na formação das pessoas – idéia hoje consagrada pela psicologia, ciência da qual foi precursor.
As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Não são apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades dos pequenos com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em auto-educação, um conceito que só se difundiria no início do século 20, graças ao movimento da Escola Nova, de Maria Montessori (1870-1952) e Célestin Freinet(1896-1966), entre outros.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Ponto Pedagógico: Podemos juntos mudar ( Abuso Sexual )

Ponto Pedagógico: Podemos juntos mudar ( Abuso Sexual )

Podemos juntos mudar ( Abuso Sexual )

O abuso e a exploração sexual são crimes graves, que deixam marcas profundas nos corpos das vítimas, como lesões, contágio por doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce. Mais do que isso, a violência sexual prejudica profundamente o desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes, gerando problemas c
omo estresse, depressão e baixa autoestima. É dever da família, do Estado e de toda a sociedade protegê-los.

As crianças e adolescentes “avisam” de diversas maneiras, quase sempre não verbais, as situações de maus tratos e de abuso sexual.
Veja abaixo alguns indicadores na conduta da criança/adolescente que sofreu abuso sexual:

Sinais corporais:

  • Enfermidades psico-somáticas, que são uma série de problemas de saúde sem aparente causa clínica, como dores de cabeça, erupções na pele, vômitos e outras dificuldades digestivas que têm, na realidade, fundo psicológico e emocional.
  • Doenças sexualmente transmissíveis, diagnosticadas em coceira na área genital, infecções urinárias, odor vaginal, corrimento ou outras secreções vaginais e penianas e cólicas intestinais.
  • Dificuldade de engolir devido à inflamação causada por gonorréia na garganta ou reflexo de engasgo hiperativo e vômitos (por sexo oral).
  • Dor, inchaço, lesão ou sangramento nas áreas da vagina ou ânus a ponto de causar, inclusive, dificuldade de caminhar e sentar.
  • Ganho ou perda de peso, visando afetar a atratividade do agressor.
  • Traumatismo físico ou lesões corporais, por uso de violência física.

Sinais comportamentais:

  • Medo ou pânico de certa pessoa ou sentimento generalizado de desagrado quando é deixado sozinho em algum lugar com alguém.
  • Medo do escuro ou de lugares fechados.
  • Mudanças extremas súbitas e inexplicadas no comportamento, como oscilações no humor entre retraída e extrovertida.
  • Mal estar pela sensação de modificação do corpo e confusão de idade.
  • Regressão a comportamentos infantis, como choro excessivo sem causa aparente, enurese (xixi na cama) e chupar dedos.
  • Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica. Fraco controle de impulsos e comportamento autodestrutivo ou suicida.
  • Baixo nível de auto-estima e excessiva preocupação em agradar os outros.
  • Vergonha excessiva, inclusive de mudar de roupa na frente de outras pessoas.
  • Culpa e autoflagelação.
  • Ansiedade generalizada, comportamento tenso, sempre em estado de alerta, fadiga.
  • Comportamento disruptivo, agressivo, raivoso, principalmente dirigido contra irmãos e um dos pais não incestuoso.
  • Alguns podem apresentar transtornos dissociativos na forma de personalidade múltipla.

Sexualidade:

  • Interesse ou conhecimento súbitos e não usuais sobre questões sexuais.
  • Expressão de afeto sensualizada ou mesmo certo grau de provocação erótica, inapropriado para uma criança.
  • Desenvolvimento de brincadeiras sexuais persistentes com amigos, animais e brinquedos.
  • Masturbar-se compulsivamente
  • Relato de avanços sexuais por parentes, responsáveis e outros adultos.
  • Desenhar órgãos genitais com detalhes além de sua capacidade etária.

Hábitos, cuidados corporais e higiênicos:

  • Abandono de comportamento infantil, de laços afetivos, de antigos hábitos lúdicos, de fantasias, ainda que temporariamente.
  • Mudança de hábito alimentar – perda de apetite (anorexia) ou excesso de alimentação (obesidade).
  • Padrão de sono perturbado por pesadelos freqüentes, agitação noturna, gritos, suores, provocados pelo terror de adormecer e sofrer abuso.
  • Aparência descuidada e suja pela relutância em trocar de roupa.
  • Resistência em participar de atividades físicas.
  • Frequentes fugas de casa
  • Práticas de delitos
  • Envolvimento em prostituição infanto-juvenil
  • Uso e abuso de substâncias como álcool, drogas lícitas e ilícitas.

Relacionamento social:

  • Tendência ao isolamento social com poucas relações com colegas e companheiros.
  • Relacionamento entre crianças e adultos com ares de segredo e exclusão dos demais.
  • Dificuldade de confiar nas pessoas à sua volta
  • Fuga de contato físico
O surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens que estão além das possibilidades financeiras da crianças/adolescente e da família pode ser indicador de favorecimento e/ou aliciamento.
Professores são fundamentais na identificação de certos abusos por passarem um parte do tempo com as crianças/adolescentes, e tem o privilegio de estar em constante observações de suas atitudes e comportamentos, e contando diário, podendo deixar mais claro as variações de humor, temperamento e mudanças bruscas em seus hábitos na escola , podendo ter uma melhor identificação e prevenção .

Podemos obter maiores informção em uma cartilha da qual tiere que pode ser baixada em seu Smartphone(android, IOS . ou qualquer que lei plataforma PDF) ou desktop( computadores, notebooks, netbooks e ultrabooks ) GUIA ESCOLAR rede de proteção á infâ
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    domingo, 18 de setembro de 2016

    Inclusão



    O presente artigo pretende provocar uma análise e reflexão a respeito das políticas de inclusão, levando em conta os paradigmas conceituais e princípios que vem sendo progressivamente defendidos em documentos nacionais e internacionais
    A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade.
    Mas o que é de fato a inclusão? O que leva as pessoas a terem entendimentos e significados tão diferentes? Cabe aqui tecer algumas reflexões, pois dessa forma estaremos contribuindo para uma prática menos segregacionista e menos preconceituosa.
    O adjetivo ”inclusivo" é usado quando se busca qualidade para todas as pessoas com ou sem deficiência.

    O termo inclusão já trás implícito a ideia de exclusão, pois só é possível incluir alguém que já foi excluído. A inclusão está respaldada na dialética inclusão/ exclusão, com a luta das minorias na defesa dos seus direitos.
    Para falar sobre inclusão escolar é preciso repensar o sentido que se está atribuindo à educação, além de atualizar nossas concepções e resinificar o processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo a complexidade e amplitude que envolve essa temática.
    Também se faz necessário, uma mudança de paradigma dos sistemas educacionais onde se centra mais no aprendiz, levando em conta suas potencialidades e não apenas as disciplinas e resultados quantitativos, favorecendo uma pequena parcela dos alunos.
    A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo.

    Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as controvertidas posições e opiniões sobre o termo.
    Outro aspecto a ser considerado é o papel do professor, pois é difícil repensar sobre o que estamos habituados a fazer, além do mais a escola está estruturada para trabalhar com a homogeneidade e nunca com a diversidade.
    Kunc (1992), fala sobre inclusão: "o principio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a ideia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo".
    Temos que diferenciar a integração da inclusão, na qual na primeira, tudo depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando alternativas para se integrar, ao passo que na inclusão, o social deverá modificar-se e preparar-se para receber o aluno com deficiência.
    A inclusão também passa por mudanças na constituição psíquica do homem, para o entendimento do que é a diversidade humana. Também é necessário considerar a forma como nossa sociedade está organizada, onde o acesso aos serviços é sempre dificultado pelos mais variados motivos.
    Jamais haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quais os deficientes poderão ser incluídos. É preciso que as pessoas falem por si mesmas, pois sabem do que precisam, de suas expectativas e dificuldades como qualquer cidadão. Mas não basta ouvi-los, é necessário propor e desenvolver ações que venham modificar e orientar as formas de se pensar na própria inclusão.
    A Declaração de Madrid (2002), define o parâmetro conceitual para a construção de uma sociedade inclusiva, focalizando os direitos das pessoas com deficiências, as medidas legais, a vida independente, entre outros: ”O que for feito hoje em nome da questão da deficiência terá significado para todos no mundo de amanhã”.


    O marco histórico da inclusão foi em junho de 1994, com a Declaração da Salamanca Espanha, realizado pela UNESCO na Conferência Mundial Sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade , assinado por 92 países, que tem como princípio fundamental: "todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível, independente das dificuldades e diferenças que apresentem".

    A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.
    Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.



    A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.
    .
    Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.



    PONTO PEDAGÓGICO

    sábado, 17 de setembro de 2016

    Os benefícios da leitura para as crianças

    A literatura infantil teve início na Europa, em meados do século XVIII, quando, devido às transformações sociais da época, a criança começou a ser vista como tal, deixando para trás a concepção de mini adulto. A partir de então, obteve um novo status e, se antes consumia as mesmas obras literárias dedicadas aos adultos, no novo cenário ganhou um espaço literário só para ela. No Brasil, apesar de serem publicados no início do século XIX, foi só ao final deste que os livros dedicados ao público mirim começaram a circular. Os períodos seguintes foram marcados por importantes mudanças que contribuíram, cada uma em seu tempo, para consolidar o segmento.
    Atualmente, a literatura para crianças ganha cada vez mais destaque e tem esse prestígio refletido no mercado editorial respondendo por umas das maiores fatias de livros comercializados em lojas físicas e virtuais.

    Todos sabemos que o hábito da leitura é um grande estímulo à criatividade, imaginação, inteligência, e à capacidade verbal e de concentração das crianças. Sabemos também que os livros deveriam estar presentes no dia-a-dia das crianças, do mesmo modo que seus brinquedos. Os livros nos enriquece a todos e nos leva a mergulhar em aventuras, histórias, e em riquíssimas informações.



    A criação de um pequeno Leitor


    O interesse pela leitura deve-se inculcar desde o berço, e tratar com persistência e dedicação, que se converta num hábito. É fundamental para as crianças que aprendam a buscar conhecimentos mediante a leitura desde a mais tenra idade. As crianças devem ouvir estórias o quanto antes possível. Recomenda-se, entretanto, que o façam com disciplina, ou seja, tendo preconcebida uma hora ao dia para fazê-lo. Poderia ser na hora de dormir, ou depois de comer, e longe de qualquer distração.
    Não é necessário esperar que uma criança leia para que ela possa ter contato com os livros. Existem livros para todas as idades. Livros só com ilustrações, para que os pais vão indicando o nome de cada figura e fazendo com que o bebê repita. Há livros com vocabulários, ou seja, que além da imagem, leva também o nome embaixo da mesma, para que o bebê vá visualizando as letras e as palavras. E os livros com texto e ilustrações para as crianças que já sabem ler.
    Os pais de crianças que ainda não sabem ler, devem ler uma ou mais vezes, conforme seus filhos lhes peçam. Não devem limitar seus gostos. Que leiam o que lhes interessam, seja o que seja.Os pais devem valorizar o momento da leitura dos filhos. Valorizar e diversificar os temas falando deles com as crianças, favorecendo todo tipo de livro, seja do material que for (papel, cartão, plástico, etc.), e valorizar o tempo que as crianças dedicam à leitura.


    • Benefícios da leitura
    A leitura é sempre uma aventura. Ler é um ato de descobertas de um mundo imaginário. A leitura é uma das maneiras das pessoas melhorarem a capacidade de interpretação, além de estimular o raciocínio.Ler abre a porta do conhecimento, pois, além de atualizar o vocabulário, expande as ideias e os pensamentos e promove o encontro de novas amizades.
    • Leitura infantil

     O mundo dos livros deve fazer parte do universo da criança antes mesmo da fase de alfabetização. A formação da personalidade de cada indivíduo é decisiva nos primeiros anos de vida, sendo assim é muito importante o contato com o livro já nessa fase de vida.Antes de alfabetizar-se, a criança aprende a “ler” associando as figuras com as informações que recebe do meio em que vive. Ela desenvolve aspectos cognitivos, motores e sensoriais.  A coordenação motora faz parte desse aprendizado. A criança é estimulada a criar usando a imaginação num mundo só seu, repleto de castelos encantados, fadas, bruxas, monstros, gigantes, príncipes e princesas.
    • Leitura no mundo virtual

     A leitura em plataformas digitais é muito comum entre adultos, adolescentes e crianças.  Todos devem ter muito cuidado ao passar horas sentados em frente de uma tela de computador, tablet ou Smartphone, pois pode causar sérios danos à saúde. Além de que sair para buscar novas aventuras em livrarias é muito melhor que ficar sentado em frente de um equipamento eletrônico!  Nada é proibido, mas desde que usado com equilíbrio e cautela.



    Hoje em dia parece ser que o interesse pela leitura tem experimentado um crescimento por parte das crianças. E a oferta tem acompanhado essa demanda. As editoras de livros infantis não só aumentaram a quantidade de produtos como também melhoraram sua qualidade. Se damos um passeio pelas livrarias e bibliotecas infantis, podemos encontrar uma infinidade de livros repletos com as mais curiosas ilustrações, cheios dos temas mais interessantes... 

    É nos espaços escolares que figura um bom lugar para construir uma consciência acerca da importância de ler, e esse papel dentro da escola cabe ao professor. 
    O professor como incentivador pode atuar desenvolvendo ao decorrer de suas aulas, leituras compartilhadas e leituras livres. 

    • Leitura compartilhada: consiste em realizar uma leitura para toda a sala, ou seja, de voz alta, os alunos que ainda não sabem ler começam a ouvir a linguagem escrita, dividindo assim a leitura com o professor, essa relação já produz um convívio com o ato de ler. Contar histórias todos os dias para os alunos estabelece aos poucos a percepção de que o ato de ler é um hábito do cotidiano, e assim começa tomar gosto pela mesma. 
    • Leitura livre: implantar momentos de leitura livre consiste em colocar uma grande variedade de livros e outras modalidades de leituras como gibis, revistas entre outros, no momento em que os alunos estão lendo é interessante que o professor escolha algo para ler, assim servirá de exemplo e dessa forma os motivarão. 

    O professor é um grande formador de opinião, devido a essa aptidão ele pode, a partir das primeiras séries, implantar conceitos de leitura e prática diária gerando leitores ativos.



    Ponto Pedagógico





    este artigo conta com parte de leitura livre e parte tirado do brasil escola Fonte

    quinta-feira, 15 de setembro de 2016

    4 pilares da educação

    O conceito deda educação é firmado em quatro Pilares são eles: pilares que são: aprender a conhecer aprender a fazer, aprender a viver com os outros e aprender a ser. Estes são itens fundamentais para a transmissão da informação e da comunicação adaptada à sociedade. A prática pedagógica deve prever a formação contínua, levando em conta os quatro pilares, Não se deve, focar somente no "aprender a conhecer" e "aprender a fazer", pois acaba sendo recorrente dentro das instituições de ensino.
    Desde o início dos seus trabalhos que os membros da Comissão compreenderam que seria indispensável, para enfrentar os desafios do próximo século, assinalar novos objetivos à educação e, portanto, mudar a idéia que se tem da sua utilidade. Uma nova concepção
    ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo — revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação, considerada como a
    via obrigatória para obter certos resultados (saber-fazer, aquisição de capacidades diversas, fins de ordem econômica), e se passe a considerá-la em toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser. A educação ao longo de toda a vida baseia-se em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver
    juntos, aprender a ser.


    •  Aprender a conhecer: combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.
    • Aprender a fazer: a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbitodas diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
    • Aprender a viver: juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências — realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos — no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
    • Aprender a ser: para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de Responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, Capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.

    quarta-feira, 14 de setembro de 2016


    Saviani e a Pedagogia Histórico-Crítica

    Dermeval Saviani, em seu livro, Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações [1], procura apresentar, de maneira sistemática, a teoria pedagógica que dá nome ao livro, que é, de certa maneira, uma criação sua. Trata-se de quatro ensaios publicados anteriormente, em vários periódicos, de um Apêndice, também não inédito (contém o Prefácio à 20ª edição de um outro livro seu, Escola e Democracia) e de uma Introdução, esta sim escrita para integrar os outros trabalhos. Apesar de conter pouca coisa de novo para os que acompanham a sua trajetória, o livro é útil por dar fácil acesso a uma série de textos que servem para explicitar uma teoria que está na boca de virtualmente todos os alunos de pós-graduação no país — e até de graduação.
    Grande parte do livro se ocupa de nomenclatura e classificação, pois trata-se de demarcar a Pedagogia Histórico-Crítica (doravante chamada de PHC) de outras teorias pedagógicas que lhe fazem concorrência, principalmente a teoria dita tradicional, a teoria que Saviani chama de nova, ou "escolanovista" [2], e a teoria que ele rotula de "crítico-reprodutivista" (Althusser, Bourdieu / Passeron, Baudelot / Establet). Saviani menciona ainda uma "teoria tecnicista" e uma "teoria analítica", mas, como nesse livro elas não merecem muita atenção, também vou deixá-las de lado.
    Dada a grande popularidade da PHC no meio educacional brasileiro, resolvi fazer uma resenha não muito sistemática do livro.
    Na tentativa de classificar as teorias pedagógicas, Saviani faz, inicialmente, uma grande divisão: de um lado, as teorias pedagógicas críticas, de outro lado, as teorias pedagógicas não-críticas.
    Uma teoria pedagógica é crítica se "leva em conta os determinantes sociais da educação"; é não-crítica se "acredita(…) ter a educação o poder de determinar as relações sociais, gozando de uma autonomia plena em relação … à estrutura social" (p.93).
    Na interpretação de Saviani, esse critério nos leva a concluir que a teoria pedagógica tradicional e a escolanovista são não-críticas e que a teoria pedagógica crítico-reprodutivista e a histórico-crítica são, como pretendem, críticas (p.93).
    Feita essa grande divisão, Saviani faz agora uma outra, dentro do domínio das teorias críticas, que vai demarcar a teoria pedagógica histórico-crítica da crítico-reprodutivista.
    A teoria pedagógica crítico-reprodutivista erra, segundo Saviani, porque acredita que a educação não tem poder de determinar as relações sociais, ao mesmo tempo em que é por elas determinada. Ela pressupõe, erroneamente (ainda segundo Saviani) que, dada uma sociedade capitalista, a educação apenas e tão somente reproduz os interesses do capital. Por isso, ela "não apresenta proposta pedagógica, além de combater qualquer uma que se apresente" (p.93), deixando os educadores de esquerda que atuem em sociedades capitalistas sem perspectivas: sua única alternativa honesta seria abandonar a ação educacional, que seria sempre "necessariamente reprodutora das condições vigentes e das relações de dominação — características próprias da sociedade capitalista" (p.94) [3].
    A teoria pedagógica histórico-crítica foi criada (admitidamente não ex nihilo) por Saviani para dar aos educadores de esquerda alguma perspectiva, para lhes oferecer uma alternativa. Ela parte do pressuposto de que é viável, mesmo numa sociedade capitalista, "uma educação que não seja, necessariamente, reprodutora da situação vigente, e sim adequada aos interesses da maioria, aos interesses daquele grande contingente da sociedade brasileira, explorado pela classe dominante" (p.94).
    Segundo Saviani, a PHC, embora "consciente da determinação exercida pela sociedade sobre a educação", fato que a torna crítica, acredita que "a educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua própria transformação" (p.94), fato que a torna histórica.
    Preciso admitir, aqui, que a terminologia savianiana me deixa um pouco perdido. O que Saviani chama de crítico me parece ser mais adequadamente descrito como histórico, e o que ele chama de histórico me parece ser mais adequadamente descrito como crítico. Vejamos porquê. Uma teoria pedagógica é crítica (segundo ele) se admite que a educação é determinada pela sociedade. Ora, a tese da determinação social das idéias tem, tradicionalmente, sido descrita como uma tese histórica, até mesmo historicista, não crítica. Ela postula que as idéias são produto de seu tempo e lugar — algo que (pelo menos prima facie) nada tem de crítico. Por outro lado, uma teoria pedagógica é histórica (segundo Saviani) se admite que a educação também interfere sobre a sociedade, podendo até contribuir para a sua transformação. Ora, a tese de que as idéias podem contribuir para a mudança das condições sociais nega o determinismo histórico e pode, adequadamente, ser caracterizada como crítica. Porque Saviani escolheu chamar de crítico o que parece ser histórico, e de histórico o que parece ser crítico, é algo que ultrapassa o meu entendimento. Mas não pretendo ficar discutindo semântica, e vou admitir a terminologia savianiana, só me referindo a esse problema quando estritamente necessário.
    Saviani, escrevendo (pelo menos nesse livro) apenas para educadores de esquerda [4], acaba dirigindo suas mais pesadas críticas à teoria crítico-reprodutivista, e não, como poderiam esperar alguns, às teorias que ele rotula de não-críticas (a teoria tradicional e a escolanovista) — ele de certa forma pressupõe que entre seus leitores ninguém mais se deixará seduzir por algo tão démodé. Mas a teoria crítico-reprodutivista oferece, para seus leitores, atrações inegáveis: foi proposta (em suas várias vertentes) por teóricos franceses de esquerda, identificados com o marxismo, críticos da sociedade capitalista, defensores do ideário de Maio de 1968. É contra a concorrência mais próxima, portanto, que Saviani investe, acusando a teoria crítico-reprodutivista de "mecanicista", "não-dialética", "a-histórica", etc., todos termos de abuso para a esquerda (pp.94-95).
    Essa estratégia é, de certa forma, compreensível. Provavelmente é dentre os adeptos da teoria crítico-reprodutivista que Saviani espera fazer prosélitos, mostrando que sua teoria, além de crítica e histórica (ou talvez por causa disso), também é dialética, etc. Na verdade, Saviani chega a dizer que PHC e dialética são sinônimos e que só não usa o termo "dialético" porque, de um lado, há muito simplório que não sabe o que "dialético" quer dizer, pensando que dialético é a mesma coisa que dialógico (confundindo, assim, digamos, Marx com Buber), e, de outro, há muito iluminado que pensa que já sabe o que dialético quer dizer, e, portanto, não pergunta, assim impedindo que se explique.
    É preciso registrar, porém, que apesar da grande aceitação da PHC pela esquerda, a teoria, como até aqui descrita, não só pouco tem de inovador, como menos ainda tem de revolucionário. O que Saviani definiu como PHC, até aqui, nada mais é do que uma platitude: uma teoria pedag
    ógica, para ser histórico-crítica, precisa reconhecer que a educação é determinada socialmente mas também admitir que ela pode transformar as condições sociais [5].
    Mas pode parecer que estou sendo injusto com Saviani. A PHC não se limita ao que até aqui foi descrito. Se se limitasse, seria até difícil entender porque ela é também chamada de "pedagogia crítico-social dos conteúdos". Pode-se, na verdade, argumentar que até aqui foram definidas apenas as condições formais da teoria, o esqueleto que agora precisa receber corpo. Admitamos isso, e investiguemos qual a matéria que se acrescenta a essa forma.
    Saviani dá  substância à sua teoria através de um componente filosófico e de um componente político. Vejamos, primeiro, o componente filosófico.
    A educação, para Saviani, é transmissão do saber. Em nenhum lugar ele usa essa expressão, na sua chocante simplicidade, mas é isso que é a educação para ele. O conteúdo da educação é o saber que é preciso transmitir aos que estão sendo educados.
    Quem não conhece bem o pensamento de Saviani, e sabendo-o líder do pensamento pedagógico de esquerda no Brasil, poderia ingenuamente supor que o saber que Saviani afirma ser o conteúdo da educação é o chamado "saber popular", aquilo que às vezes se denomina também de "cultura popular". Quem assim pensasse estaria redondamente enganado. O saber que Saviani considera como o conteúdo da educação é o chamado "saber da elite", aquilo que a esquerda geralmente chama de "cultura da classe dominante". O chamado saber popular é, na melhor das hipóteses, apenas um "ponto de partida" para a educação, que pode ser usado para estabelecer uma ponte com as classes populares. O "ponto de chegada", ao qual a educação deve levar essas classes, é o saber da classe culta. Daí a importância do papel do "professor tecnicamente competente" na pedagogia savianiana. Não basta que o professor seja "PC" ("politicamente correto", qualquer semelhança sendo coincidental), afirma Saviani: é preciso que ele realmente domine o saber da classe dominante, para poder transmiti-lo às classes dominadas. Daí também a importância do papel da escola, em sua especificidade de instituição destinado ao ensino.
    Como estamos lidando com uma teoria pedagógica que se pretende histórico-crítica, é bom ressaltar que o confronto entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova, ou escolanovista, tem se centrado nessas questões. A abordagem tradicional privilegia o conteúdo, e, conseqüentemente, o ensino e o papel do professor. A abordagem nova privilegia o processo, ou seja o método, e, conseqüentemente, a aprendizagem e a iniciativa do aluno. Neste confronto, Saviani está mais do lado dos tradicionais.
    Na verdade, o próprio Saviani admite que sua posição tem sido atacada como tradicional por pedagogos escolanovistas (que defendem a primazia do método, da aprendizagem e do aluno) e como reacionária pela esquerda mais radical (que defende a primazia da cultura popular). Saviani só não tem sido muito atacado pelos pedagogos tradicionais — o que, longe de surpreender, torna-se, neste quadro, compreensível.
    Contra os escolanovistas, Saviani afirma que não despreza o método. Da mesma forma que é impossível ensinar método sem conteúdo, o ensino do conteúdo envolve o método, argumenta ele. Mas o método só é importante porque é um método de investigar/descobrir ou ensinar/aprender conteúdo, insiste. Se o objetivo maior não fosse o conteúdo, para que método, indaga.
    Contra a esquerda mais radical, a resposta de Saviani desvela o componente político de sua teoria. O saber, afirma ele, é um dos meios de produção. Logo, se as classes populares (os "trabalhadores") vão adquirir controle dos meios de produção, é preciso que elas se apropriem do saber que, até aqui, tem sido controlado pelas classes dominantes que só o dispensam aos trabalhadores "em doses homeopáticas", como disse Adam Smith, isto é, na medida exata em que os trabalhadores necessitam desse saber para bem desempenhar suas funções [6].
    Na verdade, Saviani às vezes exagera um pouco o componente político de sua teoria, aparentemente com o objetivo de vinculá-la mais estreitamente às bases marxistas, e, conseqüentemente, dar-lhe um caráter "de esquerda". Ele afirma (no Prefácio à 20ª edição de Escola e Democracia) que "uma nova teoria crítica (não-reprodutivista) da educação … só pode ser formulada do ponto de vista dos interesses dominados" (p.108, ênfase acrescentada).
    Essa afirmação me parece totalmente gratuita. Visto que Saviani entende por crítica apenas o reconhecimento da determinação social da educação, por que é que uma teoria crítica da educação só pode ser formulada do ponto de vista dos interesses dominados?
    A teoria crítico-reprodutivista é crítica, segundo o próprio Saviani admite. Mas aparentemente, e malgrado toda sua retórica denunciatória, foi desenvolvida do ponto de vista dos interesses dominantes, visto que leva os educadores, enquanto educadores, mesmo aqueles identificados com a esquerda, ao imobilismo, e, conseqüentemente, contribui para a manutenção do status quo educacional e social.
    Por outro lado, a teoria pedagógica de Durkheim, por exemplo, é crítica, se levarmos a sério a terminologia savianiana. Durkheim certamente reconhece que a educação é determinada pela sociedade, e não vice-versa. Logo, sua teoria é crítica — afinal de contas, não é isso que Saviani quer dizer por crítica? No entanto, não me parece que Durkheim tenha elaborado sua teoria do ponto de vista dos interesses dominados.

    A quantas ficamos?

    A resposta está no fato de que Saviani procura ligar a educação com os "interesses dominados" através da argumentação já mencionada. Reconstruo o argumento (preenchendo algumas lacunas com o que imagino Saviani diria). Educação é transmissão do saber. O saber é um meio de produção. Para que aconteça a revolução socialista, é necessário que os trabalhadores assumam controle dos meios de produção. Como o saber é um desses meios, é preciso que os trabalhadores controlem a educação, isto é, o processo de transmissão do saber. Mas para controlar o processo de transmissão do saber é preciso saber, visto que o processo de transmissão do saber não é algo que possa ser expropriado ou tomado pela força (como terras, prédios, máquinas e equipamentos, etc.). Se tudo isso é verdade, aqueles que querem transformar a sociedade na direção do socialismo só podem propor que a teoria pedagógica seja formulada do ponto de vista dos interesses dominados.

    Mas há alguns problemas com essa linha de argumentação.

    Em primeiro lugar, ela não prova que "uma nova teoria crítica (não-reprodutivista) da educação … só pode ser formulada do ponto de vista dos interesses dominados" (p.108). Na melhor das hipóteses, ela apenas sugere que uma teoria da educação que tenha por objetivo transformar a sociedade capitalista em sociedade socialista deve ser formulada do ponto de vista dos interesses dos dominados — mas isso dificilmente pode ser considerad
    o novidade.
    Em segundo lugar, paira no ar um "cheiro de paradoxo" quando se observa que uma teoria histórico-crítica da educação, que, segundo seu proponente, só pode ser formulada do ponto de vista dos interesses dos dominados, defende um conceito de educação como transmissão, às classes dominadas, do saber da classe dominante. A esquerda mais radical parece ter razão em detectar aí um certo reacionarismo [7].
    Em terceiro lugar, Saviani acaba sendo pego nas malhas de sua própria terminologia. Uma teoria crítica, para ele, é uma teoria que admite a determinação social da educação; uma teoria histórica, por outro lado, é uma teoria que admite que a sociedade pode ser transformada (pelo menos em parte) pela educação. Ora, uma teoria que vê a educação como o processo de transmissão do saber, que vê o saber como meio de produção, e que vê o controle desse meio do produção como uma maneira de transformar a sociedade, é, segundo essa terminologia, uma teoria histórica, não crítica. O que Saviani deveria ter dito, portanto, para ser terminologicamente coerente, é que "uma teoria histórica da educação só pode ser formulada do ponto de vista dos interesses dominados". Tivesse dito isso e, no contexto, a afirmação até faria mais sentido (embora nem por isso fosse mais verdadeira).
    Em quarto lugar, e como ilustração de como Saviani se emaranha em sua argumentação, analisemos esta afirmação: "É esta análise [PHC] que em nosso país começa a adquirir forma mais sistemática a partir de 1979, quando se empreende a crítica da visão crítico-reprodutivista e se busca compreender a questão educacional a partir dos condicionantes sociais" (p.95). Ora, dentro do quadro conceitual savianiano, a vantagem que a PHC leva em relação à teoria crítico-reprodutivista não está em ser crítica (isto é, em "compreender a questão educacional a partir dos condicionantes sociais") — a teoria crítico-reprodutivista também é crítica, nesse sentido — mas, sim, em ser histórica (isto é, em postular que "a educação também interefere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua própria transformação") — a teoria crítico-reprodutivista sendo, segundo Saviani, a-histórica, ou, melhor dizendo (melhor, isto é, no conteúdo, não na forma), "crítico-a-histórica" (p.95). A crítica da teoria crítico-reprodutivista que Saviani faz "a partir de 1979", portanto, não tem por base o reconhecimento dos condicionantes sociais da educação, mas, sim, o reconhecimento de que a educação também condiciona e transforma a sociedade. É essa a sua inovação em relação à teoria crítico-reprodutivista.
    Por fim, em quinto lugar, é preciso assinalar o seguinte. A tese de Saviani, de que a escola pode agir sobre a sociedade, no sentido de transformá-la, é incompatível com o determinismo histórico. Se a escola pode fazer uma diferença acerca de como uma sociedade pode ser, ela afeta o futuro e o futuro, portanto, não pode estar determinado. A PHC, portanto, se levada a sério, nega um postulado essencial do marxismo. Contrário ao que afirma Saviani, os pressupostos da PHC não são "os da concepção dialética da história" (p.96): a PHC tem muito mais em comum com a pedagogia tradicional (com sua ênfase nos conteúdos, no ensino, no professor) e com a pedagogia nova (com sua ênfase na possibilidade de a educação transformar a sociedade), do que Saviani quer fazer crer.
    Se Saviani leva a sério sua tese de que a educação também condiciona e transforma a sociedade, como pode ele falar, com tanta confiança e até mesmo algum lirismo, na vitória do socialismo, na sociedade sem classes, na eliminação do Estado? Apesar de criticar a "repetição de slogans esvaziados de conteúdo" (p.108), Saviani fala, sem a menor hesitação, no "momento da constituição da sociedade sem classes", da "passagem do socialismo ao comunismo", designando-o como, na verdade, "o momento da passagem do reino da necessidade para o reino da liberdade" [8], e caracterizando-o como o "momento catártico por excelência em que toda a sociedade humana se reencontra consigo mesma", em que o Estado "desaparece por não ser mais necessário" (pp.108-109). Como ousa ele criticar "slogans esvaziados de conteúdo"?

    Continua Saviani:

    "Ora, a revolução socialista (proletária) não destrói o Estado em si mesmo. Ao conquistar o poder, o proletariado, através do mesmo ato revolucionário, destitui (destrói) o Estado burguês e constitui o Estado proletário. Como falar, nessa nova situação, de destruição do Estado? Quem destruirá o Estado proletário? Não será uma outra classe, pois com a conquista do poder pelo proletariado, que é a classe cujo domínio consiste na superação das classes, já não há outra classe que a ele se possa contrapor como historicamente progressista. Seria, então, o próprio proletariado? Na verdade, não se trata já da destruição do Estado. Uma vez cumprido o papel de instrumento coercitivo para inviabilizar as tentativas de restauração do poder burguês, o Estado (sociedade política), não sendo mais necessário, desaparecerá" (p.109).
    Se isso não é slogan vazio, então nada é — mas não importa. O que importa é que, se está determinado que tudo se passará assim, não há porque se preocupar com o papel da escola — tudo haverá de passar como está determinado, podendo a escola ser (enquanto o socialismo não vem) apenas um aparelho de estado destinado a reproduzir a ideologia dominante.
    A tese crítico-reprodutivista é compatível com o determinismo histórico, a PHC não. Se a escola pode afetar o desenvolvimento social, e, conseqüentemente, o futuro, então o futuro está aberto e nada garante que o cenário que Saviani tão apaixonadamente descreve virá a se concretizar. Na verdade, não se trata nem mesmo de garantir: os fatos nem sequer indicam, hoje em dia, que o futuro será como Saviani, com tanta certeza, prevê. Pelo contrário, os fatos apontam em outras direções. Mas os fatos, os fatos "são um detalhe", diria Célia Caridosa de Mello. A despeito deles, os cristãos esperam há quase dois mil anos pela volta de Cristo, os judeus há mais tempo ainda pela vinda do Messias. Por que criticar os marxistas por esperarem pela sua "parousia", pelo "momento catártico por excelência"? Não faz nem 150 anos que ele foi vaticinado!
    A grande contribuição de Saviani ao debate pedagógico contemporâneo no Brasil está no fato de que ele mostrou que a teoria pedagógica só pode ser progressista na medida em que é tradicional, só pode ser nova na medida em que é velha — algo original, se bem que um tanto paradoxal. O mérito de Saviani está em ter juntado partes da teoria tradicional com partes da teoria nova e ter feito a esquerda adotar a teoria resultante, denominando-a progressista. Ninguém pode negar-lhe esse excepcional feito semântico.

    Por fim, duas observações.

    Primeiro, é preciso registrar que a maior parte das críticas que a esquerda faz à escola capitalista são críticas à escola da sociedade industrial, seja ela capitalista, seja socialista.
    Segundo, a solução do problema pedagógico não está em transmitir o saber sistematizado, que é uma atividade voltada para o passado,
    mas em preparar os jovens de hoje para um futuro aberto no qual haver  muito mais novidade do que jamais sonhou a vã ideologia marxista.

    terça-feira, 13 de setembro de 2016

    Escola e Democracia de Dermeval Saviani

      Escola e Democracia de Dermeval Saviani que se encontra dividido em quatro capítulos. O primeiro: As teorias da educação e o problema da marginalidade, o segundo: Escola e democracia I, A teoria da curvatura da vara, o terceiro: Escola e Democracia II, Para além da teoria da curvatura da vara e o quarto composto de 11 teses para a educação e política.
                     O livro começa explicando aos leitores que as teorias educacionais podem ser  descritas em dois grupos. No primeiro composto por estudiosos que acreditam ser a educação o meio de equiparação social e de extinção da marginalidade. E o segundo grupo acredita ser a educação o meio de discriminação social, portanto um fator de contribuição para a marginalização. O grupo número um, crê que a sociedade é um ambiente sociável e conciliador, a marginalidade é considerada uma exceção a essa vida em total comunhão em que vivemos desse modo, acomete um percentual muito pequeno da população e pode ser combatida, nesse ponto de embate lança-se mão da educação para restituição e manutenção desse padrão temporariamente desfeito.
                    Já o segundo, que seria a mais realista das duas, entende a sociedade como estratificada, separatista, distinta entre classes em que a minoria detém o poder político, financeiro e a maioria vivem sob condições desfavoráveis. Nesse contexto, a marginalidade é um elemento constituído na sociedade essencialmente, ou seja, faz parte da sua estrutura. A educação neste meio não tende a melhorar a situação das pessoas da classe baixa, mas pelo contrário tende a ser um fator a mais de marginalização, pois a educação reproduz o social.
                   O primeiro capítulo continua dando ênfase nas pedagogias, tradicional, nova, tecnicista que serão abordadas mais profundamente nos capítulos que se seguem.
                  Saviani faz referência á teoria da Curvatura da vara, fazendo alusão à política interna da escola. A educação que deveria ser o instrumento para as escolhas do homem livre, democrático, cidadão e autônomo acaba então, se tronando mais uma ferramenta de homogeneização do pensamento crítico da sociedade. Ela legitima as diferenças sociais e marginaliza, ao invés de tencionar a luta contra a ideologia das classes dominantes, e dos direitos dos seres humanos: o conhecimento, que deve ser universal e possibilitado a todos.
                 Para Lênin existe todo um contexto para essa intitulação; “ quando a vara está torta, ela fica curva de um lado e se você quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição correta. É preciso curvá-la para o lado oposto”. A explicação para essa teoria seria simples, porque se a vara está torta e você coloca-a na posição central, ela continuará tendenciosa para o lado a que estava curvada, mas se esta for curvada para o lado oposto, no seu retorno ela se concentrará ao meio.
                 A pedagogia tradicional considerada como precursora no âmbito pedagógico acreditava que os homens são essencialmente livres e, portanto donos de seu destino, ou seja, as pessoas que não seriam distintas por classes utilizariam do bom senso e do consenso para resolverem suas causas e estabelecerem suas prioridades. No entanto é nessa forma ‘comunista ’ de viver que se funda a burguesia propondo a estruturação do sistema de ensino e escolarização para todos. Essa era condicionada para conversão das pessoas livres em servos mediante a educação separatista que disporiam as escolas.
                 Já a pedagogia nova considerava que os homens eram essencialmente diferentes e, portanto devem ser respeitados como tal. Então haveria aqueles que se destacariam mais em algumas áreas e teriam mais facilidade em algumas atividades e aqueles que levariam um pouco mais de tempo para desenvolver seu potencial e, contudo se interessariam por coisas distintas.
                 O ensino tradicional se consolidou em uma sociedade em constante mudança, após a revolução industrial. Essa forma de ensino se baseou no método expositivo que perdura até hoje nas escolas brasileiras.
                 Segundo Herbart a educação tradicional consistiria em cinco passos. O primeiro, da preparação implicaria na recordação do assunto da aula anterior, a partir disso apresenta-se o novo conhecimento que consiste o segundo passo. A assimilação ou comparação com o conteúdo já incorporado se transformaria em um terceiro passo. No quarto passo o aluno é levado à generalização, ou seja, se ele assimilou os conhecimentos poderá identificá-los a qualquer momento. O método se finda pela aplicação, as atividades que este aluno deverá responder sobre os assuntos abordados e isso dirá se ele compreendeu e apreendeu o que foi explanado em sala de aula.
                 No livro também há uma desmistificação do ensino como pesquisa, porque segundo este o que é trabalhado no ambiente escolar são assuntos a serem conhecidos mediante a pesquisa tanto do professor quanto dos alunos.
                 Partindo dessa idéia inicial é proposto um novo ensino em contraposição ao método de Herbart, tradicional, que permite que os alunos aprendam e assimilem o conhecimento através da simples transmissão dos conteúdos pelo professor. No método novo, os cinco passos se distribuem esquematicamente por: o primeiro passo composto por uma atividade aplicada aos alunos, à explicação partirá das questões que estes não forem capazes de responder, dando vez a problematização, o segundo passo. A coleta de dados permitirá fazer com que os próprios alunos procurem responder aos questionamentos que não forem esclarecidos de início, daí caberiam pesquisas e constituiriam o terceiro passo. O quarto passo intitulado de formulação de hipóteses permitirá apresentar possíveis resoluções para as questões iniciais. Por fim o quinto passo, a experimentação pretende testar essas hipóteses para chegar a uma conclusão se essa hipótese pode ser contestada ou deve ser refutada.
                   Esse novo ensino embora se traduza pela democratização do conhecimento, só foi aplicado verdadeiramente a uma pequena parte da população, elitizada, e se tornou mais uma forma de legitimação das diferenças. Além de não reivindicarem seus direitos, a classe operária de certa forma apóia essa questão, acreditam que a educação é verdadeiramente o único modo de melhoria de vida e ascensão social e responsabilizam os professores por fazerem com que o aprendizado aconteça como pode ser perfeitamente traduzido pela frase encontra neste mesmo livro na página 60:
            “Se o meu filho não quer aprender, você tem que fazer com que ele queira”.        
                  No terceiro capítulo, o autor inicia rememorando o segundo capítulo onde tratou de desfazer o mal entendido que acreditava ser a pedagogia nova portadora de todas as virtudes e nenhum vício, e a pedagogia tradicional de todos os vícios e nenhuma virtude.
                 Tratou de expor aqui, que nem uma nem a outra poderiam ser consideradas como detentoras de todos os pontos aos quais a educação deveria se preocupar. Em um dos trechos mais importantes da página 73 que se situa para além da pedagogia da essência e da existência, Saviani diz que:
       “Eis porque, tanto a pedagogia tradicional quanto a pedagogia nova entendiam a escola como ‘redentora da humanidade’. Acreditavam que era possível modificar a sociedade através da educação. Nesse sentido, podemos afirmar que ambas são ingênuas e idealistas. Caem na armadilha da ‘inversão idealista’ já que, de elemento determinado pela estrutura social, a educação é convertida em elemento determinante. A relação entre educação e estrutura social é, portanto, representada de modo invertido”. (Saviani, 1980)
                  Porém não se pode dizer que a pedagogia tradicional não tinha características revolucionárias, todas as camadas sejam elas populares ou burgueses todos deveriam ter acesso à escolarização, essa perspectiva se destacaria pela igualdade formal, ou seja, transmissão de conhecimentos á todos. Assim como a pedagogia nova, também revolucionária, denunciou o ensino mecânico, artificial da escola anterior.
                  Saviani acredita que a Escola nova poderia ter direcionado seus métodos a todos e não somente a elite, por isso ela se tornou discriminatória. Cita, por exemplo, de que essa pedagogia teria dado frutos, o movimento de Paulo Freire aqui no Brasil, uma Escola Nova Popular. A Escola tradicional se traduz pela passividade, inculcarão idéias que não pretendem transformar o aluno em pensador crítico.
                   Após essa explicitação, Saviani nos propõe a superação destas pedagogias criando uma nova pedagogia. Essa teria como princípios, o estímulo aos alunos sem, contudo descartar o auxílio do professor. Priorizará o diálogo em sala e com os elementos da cultura, interessar-se-á pelo que o aluno acredita ser importante e merece ser estudado levando em conta também o currículo imposto à escola.
                   Para tanto também propõe cinco passos para direcionar as atividades que os professores e alunos realizaram. O primeiro passo diferentemente das pedagogias anteriores (tradicional e nova), se caracteriza pela prática social, o professor e os alunos devem se posicionar criticamente a respeito do assunto que está sendo posto inicialmente. O segundo passo, a problematização define quais questões do passo inicial precisam ser debatidas com mais ênfase e qual conhecimento precisa ser retomado. Já o terceiro passo, a instrumentalização diz-se da apropriação do conhecimento pelo proletariado para que estes tenham poder maior para contestar essa dominação da classe burguesa. Na catarse, quarto passo, trata-se dessa conscientização da camada popular, de domínio dos instrumentos. E finalmente o quinto passo: ponto de chegada, o aluno é levado novamente ao passo número um, a prática social agora com uma diferença significativa, não mais são discutidos só o que se tem idéia sobre o assunto, mas o aluno já estará nivelado ao seu professor, portanto sua contribuição será muito mais específica e significativa.
                 No último capítulo do livro, Saviani comenta pontos divergentes e convergentes sobre educação e política. Ele dispõe 11 teses para explicar esses pontos, primeiramente, em educação o educador está e disposição para auxílio e estímulo do educando. Já em política as disputas ocorrem exatamente pela luta por interesses pessoais, a favor do que cada um concebe como melhor para si.
                 No ato educativo o ‘mestre’ tende a querer fazer sempre o que for melhor para o aprendizado do educando, e estes entendem essa posição acreditando que o professor quer realmente o melhor para ele, para possibilitarem o seu desenvolvimento. Caso um aluno acredite e defenda um ponto de vista diferente, o educador tende a mostrar a ele qual o caminho correto para tal afirmação. 
               Diferentemente da política que o veria como um possível adversário pelo fato de não acreditar nas mesmas perspectivas que ele. Caso o partido seja contrário e derrotado, ele não admite o erro e permanece na luta de contrários, ou seja, ele pode ser vencido, mas não convencido. Já se o professor esclarece e mostra aos seus alunos à verdade por trás de alguns fatos eles tendem a acreditar e seguir o que é melhor para eles.
              Porém, estes temas não são totalmente distintos. Na 2° e 3° tese, toda prática educativa possui uma dimensão política assim como toda prática política possui em sua formação uma ação educativa.
              A prática educativa demonstra uma relação de dependência da política quando se resulta a questão burocrática, construção e ampliação do espaço físico o que constitui a 4° tese. Já a política se traduz dependente da educação quando precisa determinar os pré-requisitos para divulgação de informação, campanhas, formação de chapas, para constituição de partidos constituindo a 5° tese.
              Nossa sociedade é composta de pessoas que defendem seus interesses. Nem sempre estes interesses são comuns e por isso travam-se lutas no campo político, 7° tese. No caráter educativo, essa luta é um pouco mais contida e se trava no campo do conhecimento, das idéias, 6° tese.
              Educação e política são dependentes entre si e expressa uma autonomia correspondente, 8° tese. Em alguns momentos a educação se rende ao poder da política, na constituição de classes e distinção destas pelo poder aquisitivo, 9° tese. A educação busca a eliminação da divisão de classes exatamente por esse motivo, para que essa dominação política não ocorra mais, 10° tese. Por fim, a 11° tese nos informa que, a supremacia da educação ocorre pelo fato de serem dependentes para consolidação da prática pedagógica e política.