Incentivadas por jogos, crianças aprendem a desenvolver softwares
Pouca gente pensa nisso, mas jogos virtuais, programas de computador e aplicativos para smartphones escondem centenas e até milhares de códigos em suas estruturas. São palavras e números que, arranjados da maneira correta, produzem aquilo que vemos na tela. À primeira vista, pode parecer complicado, mas a arte da programação está acessível até mesmo a crianças. O interesse dos pequenos por jogos virtuais é um atrativo para que entrem no mundo do desenvolvimento de softwares, tanto que já existem escolas especializadas em ensinar programação a crianças.
Uma das plataformas usadas para começar a ensinar uma criança a programar é o Minecraft. Sem limites ou objetivos, o jogo permite explorar a criatividade, coletando blocos para criar qualquer coisa na tela do computador. Esse é um dos métodos utilizados por uma escola em Rio Preto para ensinar programação a crianças e adolescentes com idade entre 7 e 16 anos. “Minecraft é uma ferramenta muito legal, porque explora muito a criatividade da criança, primeiro porque não tem objetivo, você cria o mundo que quiser. Mas ele também tem um módulo educacional, que serve para ensinar a programar dentro do jogo. Com esse módulo, você pode automatizar coisas que antes fazia manualmente. Mais à frente, tem uma parte mais sofisticada em que é possível fazer modificações no jogo, criando coisas que ele ainda não tem”, explica Luis Paolini, diretor da Super Geeks, em Rio Preto.
Imagem do jogo Minecraft, o primeiro passo das crianças na programação
Depois do Minecraft, os alunos aprendem a programar seus próprios jogos, chegando a usar até mesmo softwares profissionais para isso. Os primeiros programas utilizados se assemelham ao formato Minecraft por utilizar blocos para criar um software. “A gente usa uma linguagem do Google, chamada Blockly, que é uma linguagem visual, em que o aluno vai combinando blocos para fazer o seu programa. Depois, usamos a linguagem Scratch, desenvolvida pelo MIT (Massachussets Institute of Technology), que também é visual, com blocos. Nessa fase, o objetivo é desenvolver o raciocínio lógico”, acrescenta Luis.
Nessa etapa, o aluno já cria seus primeiros games. Assim como num jogo, depois de passar pelas fases básica e intermediária, o aluno segue para a etapa mais avançada, passando a desenvolver seus próprios jogos, usando linguagem em texto, com softwares profissionais. “E então usamos as principais plataformas que existem no mercado, como Python, Javascript, C-Sharp”, destaca o diretor da Super Geeks, graduado em Ciência da Computação.
Luis reconhece que nem todos os alunos se tornarão, no futuro, programadores de softwares, mas destaca os benefícios do aprendizado da programação na infância e adolescência. “Na escola a gente aprende, por exemplo, biologia, não necessariamente para ser um biólogo. Se a criança aprende programação desde cedo, vai estar à frente de muita gente se decidir seguir essa carreira.”
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